Empresários brasileiros irão visitar os Estados Unidos nos dias 3 e 4 de setembro em esforço contra o tarifaço do presidente Donald Trump. Na viagem, os executivos encontrarão escritórios de advocacia e lobby, lideranças da US Chamber of Commerce, maior entidade empresarial do país, e até autoridades do governo americano.
As informações foram divulgadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que organiza a comitiva. Ricardo Alban, que comanda a entidade, apresentou na terça-feira (19) ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, a agenda da missão.
A comitiva contará com associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas do setor (confira relação abaixo). A defesa do Brasil será conduzida em Washington por Roberto Azevêdo, em articulação com escritórios especializados em lobby e com o apoio da embaixada, segundo a CNI.
Azevêdo é diplomata de carreira e é considerado um dos maiores negociadores comerciais do mundo. Como diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), ele já negociou diretamente com Donald Trump no primeiro mandato do americano e chegou a ser contratado pelo setor privado para atuar no tarifaço atual.
O objetivo da missão é tratar das tarifas de 50% impostas a uma série de produtos brasileiros. Alban sinaliza que a estratégia da missão é buscar novas exceções às taxas, ampliando o rol de produtos com alíquotas reduzidas.
“Para tanto, a CNI propõe estratégia que contemple resposta e acompanhamento da investigação da seção 301; e engajamento nos EUA com públicos de interesse, com intuito de criar canais de diálogo entre os dois governos”, diz trecho de uma nota sobre o assunto.
De acordo com Ricardo Alban, além da defesa comercial, o setor industrial levará propostas alinhadas aos interesses dos EUA, como parcerias para produção de SAF (combustível sintético de aviação) e etanol, instalação de data centers no Brasil e exploração de minerais de terras raras.
A comitiva será composta por dirigentes de associações de diversos setores — brinquedos (Abrinq), máquinas e equipamentos (Abimaq), têxtil (Abit), alumínio (Abal), carnes (Abiec), madeira (Abimci), café (Cecafé), ferramentas (ABFA), cerâmica (Anfacer), rochas (CentroRochas), couros (CICB), entre outros.
Além das federações estaduais da Indústria de Goiás (Fieg) e de Santa Catarina (Fiesc). Empresas como Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy também já confirmaram presença.