A promotora de eventos Maria Yasmin denunciou ter sido vítima de assédio sexual durante uma corrida de moto por aplicativo no último domingo (24), em Manaus. Ela seguia em direção ao Shopping Ponta Negra, onde trabalharia em um evento, quando, segundo relata, o condutor identificado como Rosildo passou a fazer comentários de cunho sexual, desviou a rota e tentou intimidá-la.
O caso já foi registrado em Boletim de Ocorrência (B.O.) na delegacia e está sendo investigado pela Polícia Civil.
O relato da vítima
Maria contou que, logo no início da viagem, o motociclista começou a fazer comentários ofensivos:
“Ele disse que uma mulher bonita como eu não deveria estar indo trabalhar e que, se estivesse com ele, estaria em Presidente Figueiredo. Depois falou: ‘Se eu fosse você, eu trairia sua esposa comigo’”, relatou.
Segundo ela, o homem passou a insistir pedindo seu contato e fazendo perguntas invasivas.
“Ele dizia: ‘Eu preciso de você, quero você, quero saber se é gostoso’. Foi quando pedi, chorando, para ele parar a moto porque eu queria descer. Nesse momento, ele desviou a rota e disse que não ia parar”, contou Maria.
Durante o trajeto, a vítima disse ter entrado em pânico ao perceber que o condutor alterava a rota intencionalmente.
“Ele perguntou se a conta era minha ou da minha esposa, queria saber se alguém estava me rastreando. Desviou o caminho para uma rua de mato e depois disse: ‘Tu não percebeu, Maria? Eu mudei a rota de novo’”, afirmou.
Maria só conseguiu descer ao chegar no destino final, mas antes ainda sofreu importunação física:
“Quando fui entregar o capacete, ele passou a mão na minha mão e disse que precisava viver duas coisas naquele dia. Durante o trajeto, ele se empurrava para trás, tentando encostar em mim. Foi aterrorizador”, desabafou.
Situação do caso
A promotora registrou o caso em delegacia. A Polícia Civil informou que o motorista deve ser chamado a prestar depoimento e poderá responder por assédio sexual e importunação ofensiva ao pudor, crimes previstos no Código Penal Brasileiro.
A empresa responsável pelo aplicativo também deve ser acionada e pode ser responsabilizada por falhas na segurança do serviço prestado.
Como agir em casos semelhantes
Casos de assédio durante corridas por aplicativo vêm crescendo em Manaus e outras capitais do país. Especialistas orientam:
- Interrompa a corrida sempre que sentir comportamento suspeito;
- Compartilhe a rota em tempo real com familiares ou amigos;
- Acione imediatamente a polícia (190) em situações de risco;
- Registre a ocorrência em uma delegacia especializada ou pela DECCM – Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher em Manaus;
- Denuncie também pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher).