A Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira (26) que a população mantenha estoques de suprimentos suficientes para, pelo menos, 72 horas em caso de emergências, como uma guerra. A medida faz parte de uma iniciativa chamada Estratégia de Preparação da União Europeia.
Segundo a comissão, o bloco está se preparando para diversos riscos, incluindo desastres naturais, ataques cibernéticos e crises geopolíticas, além da possibilidade de agressão armada contra países da Europa.
Em um comunicado, a comissária europeia responsável pela preparação e gerenciamento de crises, Hadja Lahbib, afirmou que as ameaças enfrentadas pela Europa atualmente são mais complexas do que nunca.
Lahbib ressaltou ainda que a segurança dos cidadãos envolve outros “campos de batalha”, como celulares, computadores e usinas de energia. Segundo ela, todos esses setores “estão sendo transformados em armas para ameaçar” o modo de vida e as democracias europeias.
Em um vídeo bem-humorado divulgado nas redes sociais, a comissária deu exemplos de itens essenciais que devem ser armazenados. Ela recomenda que as pessoas tenham água, comida, medicamentos, dinheiro, carregadores para celular, uma lanterna e um rádio pequeno. Veja acima.
“Pronta para qualquer coisa. Esse deve ser nosso novo estilo de vida europeu”, escreveu ela em um post no X.
Anteriormente, a União Europeia já contava com uma série de medidas preventivas que podiam ser aplicadas em diferentes contextos. Agora, o bloco elaborou uma proposta para melhorar a coordenação desses esforços.
Ao todo, a nova estratégia conta com 30 ações-chave e um plano de ação com o objetivo de criar uma “cultura de preparação”, aprimorar os sistemas de alerta, garantir a continuidade de serviços essenciais e ajudar os cidadãos a se prepararem para enfrentar crises.
Alguns países europeus atualizaram recentemente cartilhas e outros materiais de orientação para instruir a população sobre como agir em caso de guerra ou outras crises.
No fim de 2024, Suécia e Finlândia publicaram novas diretrizes para a preparação diante de incidentes e emergências. Na Suécia, por exemplo, uma espécie de “cartilha para a guerra” foi distribuída à população. No documento, o governo:
- alerta para o risco de um conflito, afirmando que todos os cidadãos entre 16 e 70 anos poderiam ser convocados “para defender o país e a nossa liberdade” em caso de guerra;
- apresenta uma ilustração com um galão de água, agasalhos, alimentos enlatados, um rádio a pilha e itens de higiene e primeiros socorros, ressaltando que “a maioria de nós deve estar preparada para se virar sozinha por pelo menos uma semana”;
- recomenda que as pessoas se preparem com antecedência, a fim de evitar emergências;
- orienta a população a identificar abrigos e a reconhecer os diferentes tipos de sirenes de alerta usados em suas cidades.
Na semana passada, a imprensa francesa noticiou que o país também está elaborando uma espécie de manual de sobrevivência, que será enviado para a população nos próximos meses.
Fonte: G1