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domingo, 17 de agosto de 2025
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Trump suspende assistência à África do Sul e cita ‘discriminação contra minoria branca’

Decisão foi motivada por críticas à Lei de Expropriação sul-africana e acusações de discriminação contra a minoria branca, segundo a Casa Branca

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na sexta-feira, 7, uma ordem executiva oficializando a suspensão da assistência financeira à África do Sul. A decisão confirma o anúncio feito por Trump no início da semana e está ligada à nova Lei de Expropriação sancionada pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Essa lei permite a desapropriação de terras em situações específicas, com o objetivo de corrigir injustiças históricas do período do apartheid. No entanto, segundo a Casa Branca de Trump, a legislação representa uma forma de discriminação contra a minoria branca no país, especialmente os africânderes.

Em comunicado oficial, a Casa Branca afirmou:
“Enquanto a África do Sul continuar a apoiar atores malignos no cenário mundial e permitir ataques violentos contra fazendeiros inocentes de uma minoria desfavorecida, os Estados Unidos suspenderão a ajuda e a assistência ao país.”

Além disso, Trump anunciou um programa para reassentar fazendeiros brancos sul-africanos e suas famílias como refugiados nos Estados Unidos. A iniciativa foi reforçada por Elon Musk, sul-africano de nascimento e aliado próximo de Trump, que classificou a Lei de Expropriação como uma ameaça à minoria branca em postagens nas redes sociais. Musk, que agora lidera o Departamento de Eficiência Governamental na administração Trump, também acusou o governo sul-africano de “racismo antibranco”, ecoando narrativas populares entre grupos de extrema direita nos EUA.

A Lei de Expropriação sul-africana, sancionada no mês passado, concede ao governo o poder de desapropriar terras que não estejam sendo utilizadas ou cuja redistribuição seja considerada de interesse público. O governo da África do Sul defende a medida como um imperativo moral, social e econômico para corrigir as desigualdades herdadas do apartheid, quando terras de pessoas negras foram confiscadas e populações inteiras foram deslocadas.

A suspensão da ajuda ocorre também em um contexto de tensões diplomáticas, após a África do Sul apresentar acusações de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça. O governo de Trump citou essa ação como um dos fatores para a decisão. Além disso, a medida se insere na política externa “America First” de Trump, que busca reduzir o envolvimento financeiro dos EUA em questões internacionais.

Em uma postagem no Truth Social no domingo, Trump declarou:
“A África do Sul está confiscando terras e tratando certas classes de pessoas MUITO MAL. Cortarei todos os financiamentos futuros para a África do Sul até que uma investigação completa dessa situação seja concluída!”

As declarações de Trump reacenderam debates sobre questões raciais e agravaram as já tensas relações entre os Estados Unidos e a África do Sul, especialmente em meio aos conflitos em Gaza e na Ucrânia.

A primeira auditoria fundiária abrangente da África do Sul, realizada em 2017, revelou que a minoria branca possuía 72% das propriedades agrícolas individuais do país, enquanto cidadãos de raças mistas detinham 15%, indianos 5% e africanos negros apenas 4%.

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